objetivoadora

    

Pela adoração, que consiste na elevação do pensamento a Deus, o homem aproxima sua alma de Deus (LE 649). A adoração origina-se de um sentimento inato, como o da existência de Deus. A consciência de sua fraqueza leva o homem a curvar-se diante daquele que o pode proteger (LE 650). Não há povos destituídos de todo sentimento de adoração, pois que nunca houve povos de ateus. Todos compreendem que acima de tudo há um ente supremo (LE 651). A adoração está na lei natural, pois resulta de um sentimento inato no homem. Por essa razão é que existe entre todos os povos, se bem que sob formas diferentes (LE 652)

A adoração depende, essencialmente, da idéia que a criatura tem a respeito do Criador. Essa idéia se modifica com a maturidade espiritual de cada um. A tradição judaico-cristã oferece um claro exemplo do dinamismo dessa idéia: “Deus, a princípio, foi apontado pelos profetas como Senhor dos Exércitos; depois, no Evangelho, Jesus a Ele se referiu como Pai; mais tarde o apóstolo e evangelista João afirmou que ‘Deus é Amor’. Mudou Deus? Não, Ele é imutável. Evoluiu, aperfeiçoou-se o entendimento humano. Quando isso acontece com alguém, esse alguém naturalmente, se coloca a caminho desta bem-aventurança. Ora, se Deus é o Bem, o amor, a Caridade e o Progresso Real em todas as coisas, reconhecendo tudo isso, estamos vendo-O. Apenas assim, estaremos percebendo o Criador. Deus deixa de ter forma, como costumamos atribuir-lhe, pois ‘Deus é Espírito'” (Luz Imperecível, Grupo Espírita Emmanuel, União Espírita Mineira, pág. 76).

Como sabemos, o progresso moral e intelectual não ocorre no mesmo momento e do mesmo modo para todos. A grande “Escola” chamada Terra possui um admirável sistema pedagógico, por meio do qual os alunos das diversas séries, do maternal ao doutorado, freqüentam uma única sala de aula, mas cada um recebe as lições e passa pelos exames de acordo com o grau a que pertence. Esse sistema é fabuloso, porque o convívio dos alunos permite que eles se entreajudem no aprendizado que lhes é pertinente (seja pela cooperação de boa vontade ou seja pelos choques de interesse). Assim, há os “alunos” que ainda adoram o Senhor dos Exércitos e, por isso, temem-nO. Isso porque não sabem amá-lO. Dizem, aliás, que mais que temer é preciso “tremer” diante da Divindade. Ainda não podem compreender o Pai de Amor e de Bondade, apresentado por Jesus.

Antes adorávamos uma divindade feita à imagem e semelhança do homem: um ser antropomorfo, cheio de ciúmes, vaidoso, orgulhoso e irado (O velhinho barbudo com um grande livro onde eram registrados os “pecados” de cada um). Hoje já buscamos a Divindade espiritual, conforme Jesus ensinou à samaritana junto ao poço de Sicar. Mas quando veremos Deus em sua mais ampla realidade? Quando o encararemos face a face? Jesus também aqui deu a resposta: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt.5:8).

Simples, portanto: basta limparmos o nosso perispírito das manchas adquiridas com o desvio da Lei de Deus. Para isso, a reencarnação funciona como uma magnífica máquina de lavar espiritual. Assim, refletindo, ganham especial relevo as figuras oferecidas por Jesus: a veste nupcial, os lírios do campo, as aves do céu, e tantas outras… Essas figuras, quando tomadas literalmente, não oferecem as possibilidades de compreensão como as que nos permite a reflexão em torno de seu significado espiritual (“A letra mata; o Espírito vivifica”). A interpretação literalista das revelações, inclusive a espírita, possui alguns efeitos colaterais bem desagradáveis: sectarismo, fanatismo, intolerância, pretensa “salvação” para os “irmãos” e “inferno” garantido para os que pensam diferente, etc…

Uma última consideração: a adoração não aumenta ou diminui a Divindade, pois que Deus já é absoluto em suas perfeições e não se envaidece ou se entristece com os elogios ou com a ingratidão que a criatura lhe apresenta (O melindre ainda é resquício de inferioridade da criatura). A adoração exige a humildade, condição indispensável para a sua evolução e conseqüente libertação do sofrimento. Dessa forma, pela adoração a criatura se liga ao Criador, dá uma pausa no orgulho e ganha a simpatia dos mensageiros de Deus.

        Muita paz!

           

 

2 comentários sobre “objetivoadora

  1. muito comumente ouvirmos dos nossos irmaos que se nao faço o mal, já sou bom… ledo engano. Gentes com doenças náo raro comentam que náo sáo ladroes, entao porque nao poderiam ter saude?? Ainda conceituam doença como um castigo Divino. Mas é pelo fruto que se conhece a árvore e nós habitualmente somos pobre em frutificar nos gestos da bondade.
    sigamos em estudo partlhando o pouco que já percebemos.
    Grato.

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